Joaquim Câmara Ferreira, o Comandante Toledo, foi um jornalista, revolucionário brasileiro e importante dirigente do PCB, que rompeu com o Partidão em 1967 para fundar, junto com Carlos Marighella e outros revolucionários, o Agrupamento Comunista de São Paulo, que daria origem a Ação Libertadora Nacional, a ALN.
Após o assassinato de Marighella pela repressão em 4 de novembro de 1969, o “Velho” como era chamado pelos combatentes da ALN, assume a condição de principal dirigente da organização, dando prosseguimento a estratégia da Revolução Brasileira elaborada por Marighella e sendo o principal articulador da Frente Armada Revolucionária, uma coordenação nacional de organizações revolucionárias que tinha como objetivo coordenar ações armadas nas cidades e lançar a guerrilha rural no país, composta pela ALN, VPR, MRT, REDE, PCBR e MR-8.
Preso político do Estado Novo, Zinho, como também era carinhosamente chamado por seus familiares e amigos, era um veterano comunista quando comandou a mais famosa ação guerrilheira no país, a captura do embaixador norte-americano Charles Elbrick em 1969, em uma ação conjunta da ALN e do MR-8, obrigando a ditadura militar fascista e serviçal do imperialismo a publicar o manifesto dos revolucionários e libertar 15 presos políticos dos centros de tortura do regime.
Joaquim foi assassinado em 23 de outubro de 1970, com 57 anos e no auge de sua atuação política clandestina, preso em uma emboscada do DOI-CODI em São Paulo e torturado até a morte pela equipe do facínora Sérgio Paranhos Fleury.
Textos, entrevistas e documentos inéditos escritos por Câmara Ferreira podem ser lidos nos livros “Marighella: Estratégia e Revolução” e “Minimanual do Guerrilheiro Urbano e Textos da ALN”, publicados em nossa coleção Pensamento Marighella.