Amílcar Cabral: 100 anos de um gigante revolucionário

O gigante da libertação africana Amílcar Lopes Cabral, nasceu em 12 de setembro de 1924 em Bafatá, na Guiné Portuguesa, costa ocidental da África, e fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) em 1956.

Engenheiro agrônomo, teórico marxista, revolucionário panafricanista e um dos grandes heróis da luta pela libertação africana, Cabral fez seus estudos em Lisboa, onde estabeleceu contatos com revolucionários africanos e se envolveu no movimento anticolonialista.

Com uma orientação marxista-leninista, o PAIGC passaria a organizar a luta armada, política e cultural pela libertação nacional da Guiné-Bissau e Cabo Verde, principalmente a partir do Massacre de Pindjiquiti, quando a repressão colonial assassinou dezenas de trabalhadores em greve no Porto de Bissau, em agosto de 1959. Organizando principalmente as massas camponesas, o PAIGC teria também o suporte do socialista Sékou Touré na Guiné-Conacri, e no Senegal, o apoio de Léopold Senghor, líderes das colônias francesas que haviam recém-conquistado suas independências.

Declarando guerra contra Portugal a partir de 1963, o PAIGC organiza sabotagens em Cabo Verde e ações guerrilheiras na Guiné-Bissau, conseguindo libertar territórios e constituir as Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP). Em janeiro de 1966 Cabral participa da Conferência Tricontinental, em Cuba, onde se funda OSPAAAL, proferindo seu clássico discurso conhecido como “A arma da teoria”. Conquistando o apoio internacional dos países socialistas e da AAPSO, após sucessivas vitórias sobre o colonialismo português, o PAIGC organiza uma democracia revolucionária nas regiões libertadas baseada no socialismo, na educação das massas e na cultua popular tradicional.

Cabral, dono também de uma importante e valiosa obra teórica, não veria a iminente vitória da revolução que dirigiu. Em 20 de janeiro de 1973, dois agentes da polícia política do fascismo português (PIDE-DGS) infiltrados no PAIGC, assassinariam covardemente o líder anticolonial e marxista. Após seu assassinato, a Guiné-Bissau declararia sua independência em 1973 e as ilhas de Cabo Verde em 1974.

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