Osvaldão: o guerrilheiro invencível

Em 4 de fevereiro de 1974, Osvaldão, herói do povo brasileiro e lendário comandante das Forças Guerrilheiras do Araguaia (FOGUERA), impulsionadas pelo então partido de orientação maoísta PCdoB, foi assassinado pela ditatura fascista militar-empresarial, aos 35 anos de idade, e para servir de exemplo e tentar acabar de vez com o mito do guerrilheiro invencível, teve sua cabeça decepada por militares e exposta em público.

Osvaldo Orlando da Costa, nasceu em 27 de abril de 1938, em Passa Quatro, Minas Gerais. Entre 1952 e 1954 morou em São Paulo, onde fez o Curso Industrial Básico de Cerâmica, o que lhe assegurou a condição de artífice em cerâmica. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde diplomou-se em técnico de construção de máquinas e motores pela Escola Técnica Federal no ano de 1958. Nesse período, participou ativamente das lutas estudantis.

Osvaldo Orlando, do alto de seus 1,98 metros de altura, pesando cem quilos e com seus sapatos número 48 fazia parte da equipe de boxe do Botafogo, e foi campeão competindo pelo time. Também tornou-se oficial da reserva do exército brasileiro, após servir no CPOR/RJ.

Ingressou no Partido Comunista do Brasil – PCdoB. Em Praga, Checoslováquia, formou-se em engenharia de minas. Osvaldão foi um dos primeiros militantes do PCdoB a chegar à região do Araguaia, por volta dos anos de 1966-67 e tinha a tarefa de criar condições para a chegada de novos militantes e mapear a área. Embrenhou-se nas matas e percorreu os rios se apresentando como garimpeiro e mariscador. Tornou-se rapidamente conhecido e amigo dos camponeses, participou de caçadas e pescarias, trabalhou na roça, tornou-se grande conhecedor das matas. Em 1969, passou a viver na margem do rio Gameleira. Foi comandante do destacamento B e dirigiu vários combates, ao lado de Dina (Dinalva Conceição Oliveira), se tornou o mais conhecido e respeitado guerrilheiro entre a população do Araguaia. Ele fazia parte do contingente guerrilheiro que rompeu exitosamente o cerco militar quando atacado por um grande número de tropas do exército em 25 de dezembro de 1973.

Osvaldão, o guerrilheiro invencível que desafiou a ditatura militar-empresarial, o gigante negro que despistava os militares com botas viradas que faziam pegadas ao contrário nas marchas pelas matas, virou um encantando, uma entidade do Terecô ou Tambor da Mata, religião afro-brasileira praticada em regiões do Maranhão, Piauí e outros estados. Eternizado como herói do nosso povo.

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