Eduardo Collen Leite, o comandante Bacuri, foi um dos mais importantes guerrilheiros brasileiros, assassinado em 8 de dezembro de 1970 pela ditadura militar fascista, após um calvário de 109 dias sofrendo bárbaras torturas. Nascido em 28 de agosto de 1945, em Campo Belo (MG), operário e técnico em telefonia se mudou para São Paulo, onde prestou serviço militar e ingressou na POLOP em 1965. Eduardo tomou parte no racha polopista que se juntou ao grupo remanescente do MNR, liderado pelo ex-sargento Onofre Pinto e que fundou a organização que se chamaria Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) a partir de 1968.
Basílio, como também era conhecido entre os combatentes, era descrito como muito afável e simpático por seus camaradas, mas como um destemido e corajoso guerrilheiro, apesar da sua pouca idade. Na clandestinidade, Bacuri, apelido dado por Onofre que o marcaria, participou de diversas expropriações e ações armadas. O revolucionário mineiro é um dos protagonistas do processo de reestruturação da VPR que havia recebido a adesão do capitão Lamarca no início de 1969, mas que foi atingida por diversas baixas naquele ano. Ainda durante o processo de fusão entre a VPR e os COLINA que daria origem a VAR-Palmares, Bacuri deixa a organização e funda a Resistência Democrática (REDE). Participa ativamente do sequestro do cônsul japonês, Nobuo Okuchi, realizado em março de 1970 e que libertou dirigentes da VPR. Foi também uma figura central da Frente Armada Revolucionária, com a REDE se unificando com ALN e Bacuri assumindo o comando do sequestro do embaixador alemão, Ehrenfried von Holleben, em junho de 1970 e que libertou 40 presos políticos do regime.
Em 21 de agosto de 1970, Bacuri cai nas mãos da ditadura após prisões e infiltrações na ALN. É transferido diversas vezes e a repressão divulga uma falsa fuga, mas o comandante da ALN permanece sendo torturado por longos 109 dias e é morto em 8 de dezembro de 1970, para que não fosse incluído na troca de presos com o embaixador o suíço Giovanni Bucher, que havia sido capturado um dia antes pela Operação Joaquim Câmara Ferreira, comandada por Lamarca.
COMANDANTE BACURI, PRESENTE!