Lutadora povo, guerrilheira do Araguaia e heroína da luta contra a ditadura militar, Helenira Preta, assassinada brutalmente em 29 de setembro de 1972.
Helenira Resende de Souza Nazareth, nascida em Cerqueira César, interior de São Paulo, em 19 de janeiro de 1944, filha do médico negro e comunista baiano Dr. Adalberto de Assis Nazareth, o “médico dos pobres”. Foi líder estudantil secundarista em Assis (SP), para onde sua família se mudou, e jogadora de basquete na cidade. Participou da JUC (Juventude Universitária Católica), depois da Ação Popular (AP) e posteriormente ingressou no Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Preta, como era conhecida por seus amigos e familiares, foi uma destacada oradora e importante liderança do Movimento Estudantil no país, presidente do Centro Acadêmico de Letras da USP e vice-presidente da UNE.
Helenira conheceu o gosto amargo da repressão a partir de 1967 sendo fichada como “ativa fanática em subversão e filha de um ativo comunista” pelo DOPS, foi novamente presa durante o 30º Congresso clandestino da UNE de 1968, em Ibiúna, e jurada de morte pelo sádico delegado Sérgio Fleury, figura máxima da repressão policial à resistência contra ditadura fascista. Entrou na clandestinidade, vivendo em várias partes do país até ir para o Araguaia. Usando o codinome Fátima, integrou do Destacamento A das Forças Guerrilheiras do Araguaia, as FOGUERA. Helenira fazia parte do grupo de guerrilheiros que foi emboscado pelas forças repressivas em 29 de setembro de 1972. Ferida no tiroteio e metralhada nas pernas, recusou-se a entregar a localização dos companheiros aos militares, foi torturada e morta a golpes de baioneta. Guerrilheira, alegre e destemida, até hoje não foram localizados seus restos mortais.