50 anos do Massacre da Mooca contra a ALN

Em 14 de junho de 1972, após saírem de uma reunião da coordenação regional da Ação Libertadora Nacional (ALN) realizada no restaurante Varella, no bairro da Mooca, em São Paulo, os guerrilheiros Iuri Xavier Pereira, Marcos Nonato da Fonseca, Ana Maria Nacinovic e Antônio Carlos Bichalho Lana foram surpreendidos por uma emboscada dos agentes da repressão, que montaram uma grande operação do lado de fora do estabelecimento, após os dirigentes revolucionários serem delatados para o DOI-CODI pelo dono do restaurante.

As quatro vítimas do Massacre da Mooca eram importantes combatentes da luta armada contra a ditadura, desempenhando papel fundamental na reorganização da ALN após os assassinatos pela repressão de Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira. Iuri Xavier Pereira e Marcos Nonato foram metralhados na porta do local, Ana Maria Nacinovic ferida e ensanguentada no chão, foi novamente atingida por uma rajada de fuzil à queima-roupa. Bichalho Lana, conseguiria escapar mesmo ferido à bala.   

Iuri Xavier Pereira, Ana Maria Nacinovic e Marcos Nonato da Fonseca

Iuri Xavier, carioca, nascido em 2 de agosto de 1948, era um importante dirigente da organização e integrante da família de revolucionários Xavier Pereira. Ana Maria Nacinovic, também carioca e nascida em 25 de março de 1947, cursou Belas Artes da UFRJ, foi uma destacada guerrilheira e participou de diversas ações armadas, sendo a única sobrevivente da emboscada do DOI-CODI sofrida pela ALN em setembro de 1971, na Zona Oeste de São Paulo, quando foram assassinados os militantes Antônio Sérgio de Matos, Manuel José Mendes Nunes e Eduardo Antônio da Fonseca.

Marquinhos, outro carioca, estudante do Colégio Pedro II e que aderiu à luta armada com apenas 13 anos de idade, nascido em 1º de junho de 1953, havia também sido deslocado pela organização para São Paulo. Bichalho Lana, mineiro de Ouro Preto, que foi atingindo por tiros nos braços, pé e pernas, mas conseguiu escapar vivo do massacre, seria assassinado posteriormente sob bárbaras torturas em 30 de novembro de 1973. A Ação Libertadora Nacional continuaria heroicamente a luta armada contra o regime dos generais serviçais do imperialismo dos EUA até meados de 1974.   

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