Patrice Lumumba vive e luta!

Um golpe de Estado apoiado pelos EUA e pela Bélgica derrubou em 14 de setembro de 1960 o primeiro-ministro do Congo independente, o líder anticolonial, herói da libertação africana e pan-africanista, Patrice Lumumba. O anti-imperialismo de Lumumba e sua defesa de um Congo unido e livre fizeram dele um inimigo dos Estados Unidos. A CIA inicialmente tentou assassina-lo envenenado, não conseguindo matar Lumumba, os EUA e a Bélgica compraram e apoiaram traidores liderados pelo coronel Mobutu. Lumumba, líder do Movimento Nacional Congolês, foi preso, espancado, barbaramente torturado e por fim fuzilado, em 17 de janeiro de 1961, com 35 anos de idade. Seu corpo foi desenterrado e dissolvido em ácido sulfúrico. No lugar de Lumumba, o Congo passou a ser governado pela ditadura brutal de Mobutu, apoiado pelos EUA, abrindo um período de décadas de conflitos devastadores, caos e desgraças para o povo congolês.

Nas palavras de Amílcar Cabral: “Nenhuma dúvida subsiste em como o assassinato de Patrice Lumumba foi friamente tramado pelos imperialistas com a cumplicidade das Nações Unidas […]. Mas, porque foi friamente tramado e executado esse bárbaro assassinato? Porque quando o colonialismo é forçado a retirar, ele deixa em seu lugar o neocolonialismo e o imperialismo, tanto ou mais perigosos que o primeiro. Porque no Congo os imperialistas tinham os seus dias contados enquanto vivesse Lumumba. Porque Lumumba era um verdadeiro africano que não se deixava comprar ou ser comandado pelos imperialistas.

Porque Lumumba era um patriota que lutava pela unidade dos povos do Congo e uma verdadeira independência do seu país. Porque Lumumba lutava por um Congo livre, no seio de uma África livre, sem obediência a quaisquer estrangeiros. Porque Lumumba nunca cedeu às manobras dos imperialistas. Porque Lumumba teve a coragem de lhes dizer publicamente: colonialistas e imperialistas, fora da África! Basta de exploração das nossas terras! Porque Lumumba foi sempre fiel ao povo que confiava nele, como o único que os poderia libertar do colonialismo, do neocolonialismo e do imperialismo.” 

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