O que é uma Editora Autogestionária?

Nas novas impressões do nosso catálogo de 2024 passamos a utilizar um selo em nossos livros: “Autogestão, produzido sem patrão”. Mas o que é uma editora autogestionária? Qual o conceito que nos difere das editoras da esquerda pequeno-burguesa ou mesmo de outras pequenas editoras independentes? Qual nosso papel na socialização da literatura revolucionária e no enfrentamento às editoras capitalistas e distribuidoras multinacionais que dominam o mercado editorial?

Primeiro é necessário localizarmos nosso projeto editorial politicamente e nosso modesto papel na luta de classes. Somos uma cooperativa editorial formada por trabalhadores gráficos e intelectuais militantes, que conjuga o trabalho manual e teórico combatendo a divisão social do trabalho, com o estudo e a pesquisa tendo a mesma importância que a execução de técnicas como impressão e design gráfico.

Como uma cooperativa anticapitalista somos contra a lógica do lucro, por isso é nosso princípio manter valores acessíveis e tentar garantir uma remuneração digna para o trabalho empregado na produção. Nossa gráfica existe em uma ocupação urbana conquistada pela luta popular combativa e nos identificamos com o povo pobre e trabalhador, principalmente afro-indígena, tendo como objetivo central contribuir com a construção da revolução brasileira.

Defendemos o copyleft e somos contra a legislação burguesa sobre os direitos autorais. A defesa de uma linha revolucionária também nos impõe a demanda de combater a degeneração liberal em todos os seus aspectos e a contrarrevolução teórica antimarxista, da mesma forma que rejeitamos os desvios próprios da pequena-burguesia progressista ou radical e do pensamento acadêmico que reproduz invariavelmente a lógica da universidade burguesa.

Nossa editora autogestionária assume então a dupla tarefa de enfrentar a lógica capitalista na produção editorial de um lado, e de outro, a hegemonia classe média e reformista sobre o pensamento socialista, superando na prática a contradição de terceirizar a produção em grandes gráficas, onde trabalhadores explorados produzem livros marxistas sobre mais-valia.

LIBERTAR A LITERATURA REVOLUCIONÁRIA!

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