Luiz José da Cunha, o Comandante Crioulo da ALN

Luiz José da Cunha nasceu em uma família pobre da periferia de Recife (PE) em 2 de setembro de 1943, estudou na Escola Estadual de Beberibe, onde se tornou uma liderança estudantil e aderiu ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Como militante do partido, perseguido pelo DOPS de Pernambuco, foi para a União Soviética (URSS) estudar teoria marxista na Escola da Juventude Comunista e retornou ao país em 1964, após o golpe militar fascista, transferindo-se para o Rio de Janeiro.

Ao romper com o PCB, aderiu ao processo de formação da Ação Libertadora Nacional (ALN) e participou de uma das turmas de treinamento guerrilheiro em Cuba, em 1968. Com uma sólida formação política, Luiz José se tornaria o Comandante Crioulo, líder político da ALN, após os assassinatos de Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira, o Comandante Toledo. Compondo a Coordenação Nacional da ALN, foi o principal redator do documento “Política de Organização”, de junho de 1972, onde a organização faz uma profunda reflexão sobre a política revolucionária, a luta armada contra a ditadura e continuidade da linha política de Marighella, afirmando que: “O objetivo central de nossa Organização, a Ação Libertadora Nacional, é organizar a resistência armada guerrilheira, embora não vendo essa como a única e exclusiva forma de luta e resistência ao regime dominante. […] Nossa Organização combatente compreende esse processo de guerrilha como sendo a força embrionária da guerra revolucionária que se desenvolverá em um processo prolongado de luta armada. Esta será a condição para tornar vitoriosa a Revolução Nacional, Democrática e Libertadora, que abrirá o caminho para as transformações socialistas na sociedade brasileira.”

Em 13 julho de 1973, antes de completar 30 anos, Crioulo, após ser delatado por infiltrados na ALN, sofreu uma emboscada do DOI-CODI, foi baleado pelas costas por militares do II Exército em São Paulo, preso, torturado e assassinado pela ditadura militar fascista. Seu corpo foi enterrado como indigente no Cemitério Dom Bosco, na Vala de Perus.

Leia o documento “Política de Organização”, completo e recuperado para o livro “Minimanual do Guerrilheiro Urbano e Textos da ALN”.

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