Apresentamos aos nossos amigos e amigas, leitores e camaradas que apoiam nosso trabalho editorial militante e autogestionário, a nova identidade que passaremos a utilizar a partir do nosso catálogo de 2024. Com referências nos processos anticoloniais de libertação dos povos, fonte inspirada na Tricontinental e mantendo as cores que representam a luta revolucionária pelo socialismo, buscamos traduzir e atualizar nossa política editorial.
Adandé [s. a·dàn·dé] é uma palavra que significa “alguma fúria”, ou apenas “fúria”, com origem no tronco étnico-linguístico iorubá-nagô trazido ao Brasil por africanos sequestrados no Império de Oyó.
A imagem de uma jovem mãe e guerrilheira do Movimento Popular de Libertação de Angola segurando seu filho e um fuzil se tornou um símbolo da luta anticolonial nos anos 1970 e foi utilizada como peça de propaganda em cartazes do próprio MPLA, do Congresso Pan-Africanista da Azânia e do internacionalista Liberation Support Movement. A icônica foto é também comumente atribuída, porém erroneamente, a Phila Ndwandwe, combatente do uMkhonto weSizwe, o braço armado do ANC formado após o massacre de Sharpeville.
A nova fonte foi inspirada na Revista Tricontinental, publicação da Organização de Solidariedade entre os Povos da Ásia, África e América Latina (OSPAAAL) fundada na Conferência Tricontinental de 1966, em Havana (Cuba), e que representou um ponto máximo na história das lutas de libertação dos povos.
As variações das cores rubro-negras representam o socialismo e a libertação, a luta e o luto pelo sangue derramado, consagradas pelo marxismo revolucionário latino-americano, como no Movimiento 26 de Julio durante a Revolução Cubana, no sandinismo na Nicarágua ou pelo longevo e vigente ELN da Colômbia, igualmente utilizadas na guerra de libertação de Angola, remetem ainda ao processo de coletivizações autogestionárias durante a Guerra Civil Espanhola. São também as cores utilizadas na cosmovisão afro-brasileira como representação do orixá Exu, significando a rebeldia e a insubmissão diante da escravidão e do colonialismo europeu, ou como pintura de guerra por diversos povos indígenas no Brasil.